terça-feira, 5 de abril de 2011

Mudança de hábito: uma freira que dança.


Estamos acostumados a ver uma freira que canta e dança somente em Hollywood no tão famoso filme Sister Act, no rosto da atriz Whoopi Goldberg, com um sorriso maravilhoso, uma alegria contagiante e as mais fantasticas idéias para viver a vida da melhor maneira possível, a falsa freira realmente mostra um lado encantador para viver no convento. Com bom humor e muito trabalho eleva a moral do convento, ensina um novo e revolucionário de desenvolver o canto religioso que atrai as pessoas para a Igreja e principalmente os jovens. Dando uma lição de descobrir a alegria de viver com intensidade ela consegue mudar a rotina do convento e a vida das religiosas.
Pegando brevemente carona no comentário desse filme percebemos o quanto ainda hoje na maioria das vezes entendemos que o corporal e o espiritual são inimigos, que ser santo é contrário de ser verdadeiramente humano. O senso comum percebe que viver uma vida consagrada tem somente sofrimento, negação e frustração. Sendo assim, a Vida Religiosa é vista pelas pessoas como sinal de uma negação, da não plenitude, e de renúncia e imolação.
Quando temos a oportunidade de deixar que os jovens nos façam perguntas querem saber como uma pessoa jovem e bonita escolheu a vida religiosa se por acaso era por uma decepção amorosa.
O fato é que tantas vezes as pessoas não entendem a vida religiosa como manifestação epifânica do Reino. Viver a perfeição da caridade é para todos os cristão, mas a tarefa da vida religosa é revelar essa manifestação de alegria e júbilo do Reino dos céus. Por isso, não tem sentido uma consagrada ou um consagrado de rosto triste e de mal com a vida.
Tantas vezes as imagens que nos comunicamos através do nosso modo de se expressar e administrar certas situações confirma o senso comum. Numa série de circunstâncias perdemos a oportunidade de comunicar a verdadeira alegria evangélica que brota de um encontro íntimo e profundo com Cristo. Esse júbilo pasqual que não nega o sofrimento e a Cruz, mas passa através dele e consegue alargar os horizontes porque tem a esperança da ressurreição.
Os consagrados deveriam transmitir com as mais simples expressões a consciência de serem pessoas em plenitude, realizadas e felizes porque se propõe já nesse mundo a viver a festa do banquete celeste, a plena comunhão do Reino.
Porém essa alegria transmitida pelos religiosos pode ser vista em tantos consagrados que testemunham com sua vida intensamente essa felicidade beata que vem de Deus. A freira italiana, Irmã Anna Nobili, religiosa da Congregação das Irmãs Operárias da Santa Casa de Nazaré, fundadas em 1900 por Santo Arcangelo Tadini, a congregação tinha como objetivo ser uma presença de evangelização dentro das fábricas, por isso as irmãs são operárias que trabalham em meio aos outros operários. Ana nasceu no ano de 1970, aos 14 vai para Milão com a mãe. Como outros jovens ela se tornou bailarina, cubista. Adorava discotecas e baladas. Aos 23 anos a sua vida começa a mudar depois que resolve dedicar-se a formação cristã e meditação faz um retiro em Assis e depois decide entrar para essa congregação. Encorajada pela madre superiora decide unir o seu talento como bailarina a obra da evangelização.
No momento faz o seu trabalho como irmã operária e dança apresentou várias coreografias criadas por ela com temas religiosos. Sempre faz os stage de dança por toda a Itália, trabalha com o projeto "Holy dance" uma escola de dança cristã moderna.

Se apresentou com uma coreografia na Jornada mundial da Juventude na Austrália. Sempre que é convidada vai a diversas paróquias onde conta o seu testemunho vocacional e também é professora de dnaça para os jovens e adolescentes.
As apresentações da Irmã Ana Nobili são maravilhosas consegue transmitir uma rica mensagem através da dança ela merece as congratulações pelo trabalho que acho fantastico e pela criatividade e o entusiasmo com que transmite a todos a boa nova do Evangelho.

Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMcap.



Bibliografia.

Suor Anna Nobili, in http://www.holydance.it

Il racconto di Suor Anna Nobili, da cubista a sposa di Cristo, in http://magazine.excite.it/

Anna Nobili , una ballerina per Gesu, in http://www.cavarzereinfiera.it/

O mártir se conforma a Cristo na vida e na morte.


Todo cristão é chamado a conformar-se a Cristo é um chamado universal para que recebemos através do batismo, na caridade somos chamados a assumir a semelhança de Cristo, recebemos por graça o que Ele é por natureza.

O chamado, ou seja essa nossa vocação cristã é independente do nosso estado de vida: sendo consagrado, leigo ou ministro ordenado. Todos igualmente segundo o seu estado de vida são chamados a perfeição da caridade no seguimento de Cristo a corresponder ao chamado universal a santidade. Não é o fato de assumir um estado de vida, mas o fato de conformar-se a Cristo. Deus nos chama mas nós devemos responder de maneira, consciente livre e responsável ao seu chamado.

Se voltamos o nosso olhar para as origens cristãs temos homens e mulheres que por assumir o compromisso com Cristo, cujo relacionamento profundo e união provoca uma mudança de vida, em modo que já não se sentiam mais pertencentes aos interesses mundanos, mas viam as coisas de um outro prisma a vida em Cristo. O cristão não se relaciona simplesmente com uma doutrina, mas com uma pessoa viva, a pessoa de Jesus Cristo.

Por vários, motivos a própria vida os chamava a professar a sua fé em Cristo com gestos concretos e respostas coerentes. Na maioria das vezes com a doação da própria vida assumiram uma ação não violenta diante de seus algozes, assim como o Cristo entrega a própria vida, o cristão seguindo os passos de Cristo prefere entregar a própria vida que reagir violentamente contra os outros. A fé em Cristo se traduz no testemunho concreto de doar a própria vida como Cristo fez, por isso se tornam mártires. A palavra mártir quer dizer aquele que é testemunha de Cristo.

Testemunhar com a própria vida entregando-a. A dimensão do mártirio não está no passado, mas se olhamos em perspectiva internacional, muitos irmãos e irmãs continuam dando a vida para serem testemunhas de Cristo.

No Brasil é muito fácil ser cristão visto que não se sofre ameaças pelos simples fato de declarar-se cristão. Observando os recentes fatos ocorridos: faz um ano que o bispo capuhinho Monsenhor Luigi Padovese, foi assassinado na Turquia, por defender os cristãos que são uma minoria perseguida. Na India os recentes atentados contra os cristão queimando Igrejas e instituições assistenciais. No Paquistão cristãos que são mortos muitas vezes acusados injustamente de blasfemia. O ministro paquistano Shahbaz Bhatti, cristão assassinado por defender as minorias ameaçadas. Isso somente para citar alguns casos que mesmo se posicionando em maneira pacifica as pessoas se transformaram em martires pelo fato de serem fiéis a fé professada.


Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMcap é bacharel em Teologia pela Pontificia Universidade Antonianum e estudante de Mestrado em Teologia Espiritual com especialização em Franciscanismo.

"A pupila dos meus olhos": a Pequena Companhia de Santa Isabel da Hungria.


É assim que o fundador Frei Luís Quadrelli da Pietrasanta chama a inspiração que Deus o deu de fundar uma pia associação no seio da Ordem Franciscana Secular.
Em primeiro lugar é interessante saber que a vida consagrada sempre existiu na Igreja desde os seus primórdios em várias modalidades, assim podemos perceber como nasceram no seio da Igreja, as virgens consagradas, os eremitas, o movimentos monástico, todas as ordens e congregações. Um fenomeno caracteristico do final de 1800 e início de 1900 são os institutos seculares.
Nasceram com numerosos carismas e nas mais variadas formas e inspirações a maioria daqueles de espiritualidade franciscana e principalmente aqueles fundados pelos frades capuchinhos tem sua origem com grupos de terciários, como é o caso da Pequena Companhia de Santa Isabel.
Frei Luís da Pietransanta (1897-1974) um capuchinho da provincia Toscana, na Itália que no seu ministério pastoral,logo depois de ordenar-se presbitero, assumiu com paixão o apostolado entre as pessoas na zona rural com a pregação popular que fez durante toda a sua vida e também o trabalho que hoje chamamos assistente espiritual da Ordem Terceira Franciscana, que exerceu com paixão e empenho.
Como um apaixonada por São Francisco, pela espiritualidade franciscana e os santos franciscanos, entre eles Santa Isabel da Hungria. O Frei procurava difundir a espiritualidade franciscana ao maior número de pessoas possível porque via na espiritualidade franciscana um meio válido que ajudasse as pessoas a viverem bem uma vida cristã.
O fruto desse seu entusiasmo é tudo o que criou para promover a espiritualidade os exercicios espirituais, cujos passos ensinava a espiritualidade franciscana, as Bibliotecas Franciscanas que eram pequenos volumes sobre a vida dos santos e a espiritualidade franciscana, os jornais para falar da Ordem Terceira e da espiritualidade. Depois nos cargos que recebeu dos superiores como diretor local, provincial, como secretário e visitador para as fraternidades da Ordem Terceira dependentes dos Capuchinhos, ele percorreu toda a Itália, acima e abaixo para divulgar e promover a Ordem Terceira.
Quase como que preparado por Deus fruto do seu comprometimento com a pregação e a Ordem Terceira surge ainda uma outra obra. O Frei empolgado com a vida franciscana fez dois grandes monumentos para homenagear São Francisco e Santo Antonio. Quando se perguntava o que fazer para homenagear Santa Isabel teve a inspiração de fundar uma obra de almas consagradas que fossem no mundo a continuação da vida da santa. Chamou algumas terciárias e no ano de 1935 teve inicio a Companhia de Santa Isabel, no escondimento e no silêncio, se consgravam as primeiras quatro irmãs. Acredito que o fundador não pensava em criar algo distinto da Ordem Terceira, mas um grupo que funcionasse como um fermento ajudando e animando a Ordem Terceira a viver bem a sua vocação. O lema do fundador era na Ordem Terceira e para a Ordem Terceira, e as irmãs deveriam ser leigas franciscanas que no mundo vivessem a exemplo de São Francisco e de Santa Isabel, se dedicando a uma vida de oração e caridade, não se distinguindo em nada das outras leigas, mas como pessoas consagradas.
Depois da reformulação das Constituições Gerais da OFS que proibem pessoas pertencentes a um instituto de vida consagrada de pertencer contemporaneamente a OFS, o Instituto repensou o seu carisma, que era muito ligado ao lema do fundador. Mas, se entende que o carisma é viver a exemplo de Santa Isabel, nessas condições onde é possivel ajudar a OFS. Hoje o Instituto atualizou o nome e se chama Pequena Família Franciscana de Santa Isabel é presente na Itália e também no Brasil, onde tem diversas irmãs consagradas e também fiéis associados que se ligam ao instituto e procura viver segundo a espiritualidade.

Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMcap, bacharel em Teologia pela Pontificia Universidade Antonianum, Roma. Estudante de Mestrado em Teologia Espiritual com especialização em Franciscanismo.