terça-feira, 31 de agosto de 2010

Convite a Eucaristia.





A adoração intensifica o nosso amor pelos pobres.

Temos necessidade de alimento contiuamente. Por isso começamos o dia muito cedo, as quatro e meia da manhã.

Temos a missa, a comunhão , a meditação... Depois, a noite, em todas as nossas casas, temos uma hora de adoração todas as noites.

Antes eramos felizes de dedicar uma noite por semana . Depois com a decisão por unamidade, foi estabelecido de fazer uma hora de adoração todas as noites.

O Santissimo Sacramente é exposto, e todas as irmãs comunitariamente, (fazemos tudo comunitariamente), fazem uma hora de adoração.

E essa uma grande surpresa para mim, somos, absolutamente, todas e cada uma muito ocupadas, temos tantas coisas para fazer para a nossa gente. Mas mesmo assim, essa hora de adoração não é uma hora tirada do trabalho aos pobres.

Fazemos todas as nossas horas de serviço pleno aos pobres.

Essa hora de adoração que se passa diante de Jesus não tira nada ao nosso serviço. Nos tem aproximado umas das outras e intensificado o nosso amor pelos pobres, e tornou a presença de Jesus mais viva, mais real, é alguma coisa que nos une verdadeiramente.

Bibliografia

Bosco T., I pensieri piu belli di Madre Teresa de Calcutta, 1996, p.81

Frei Emerson Aparecido Rodrigues, Ofmcap
freiemersoncapuchinho@hotmail.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A relação entre a Virgem Santíssima e o Cristo.



"Maria é o ostensório di Cristo." (Stefano De Fiores)

Já o Concílio Vaticano II ensina sobre a estreita relação entre o nosso Redentor e a Virgem Santíssima destacando o lugar privilegiado que Ela ocupa na obra da Salvação e a sua total adesão como pessoa livre e responsável,a colaboradora no Projeto de Deus.Ela adere ao Cristo não simplesmente pelos laços biológico,mas passa além dessa relação carnal e famíliar, e assume uma dimensão e espiritual bem mais profunda, a de seguidora fazendo-se a discipula do Filho.
Nesse sentido, Maria é modelo para os fiéis, de escuta atenta e deixar-se engravidar pela fecundidade da Palavra, de gerar vida fecunda sendo atenta a Palavra de Deus.
Entanto, e no seio da Virgem que a Palavra se fez carne. Alí é apresentada o momento decisivo na salvação do genero humano.
A Encarnação é uma realidade teológica profunda. Deus poderia se valer de vários meios para demonstrar o seu amor por nós. Porém Ele escolheu encarnar-se. E o Filho que do seio da Trindade, vem em meio a nós. Assume a condição humana em tudo menos no pecado. Essa verdade da nossa fé não é algo tão simples de entender visto que muitos durante a história tiveram trabalho a reconhecer o mistério da Encarnação, no sentido que um Deus que se faz humano para que o humano se torne divino é uma novidade
da Boa nova cristã. Deus não se coloca a parte da história humana, mas assume mesmo em meio a toda a contradição,e o condicionamento
próprio da nossa condição.
Como diz von Balthasar a teologia deve ser feita de joelhos. De joelhos diante da gruta de Nazaré elendo a frase " Verbum caro factum est hic".
Esse "aqui" o verbo se fez carne faz a diferença. E sentindo o lugar as condições e a simplicidade daquela pobre gruta. Invés de desvelar o
mistério, de tocar, de desvelar. Sentindo de perto essa realidade temos a vontade de se aprofundar cada vez mais no mistério
como explica São Gregorio de Nissa, na Vida de Moises, Deus que nos chama a sí, provoca em nós esse desejo de caminhar
com mais firmeza ao encontro dele, nesse processo continuo, em modo que quando mais se busca Deus, mas se senti a necessidade de buscá-lo.
Assim a vida de Nazaré mostra que Deus que se revelou na simplicidade daquela gruta desperta em ti o desejo de se aproximar cada vez mais Dele.
A palavra de Deus que se faz pessoa, em Jesus Cristo. Com certeza não é tão simples despertar-se, é o Espirito Santo que nos prepara a reconhecer
o Filho de Deus, mas também deve exigir de nós uma resposta para a Revelação. Deus entra na história porque quer se encontrar conosco.
Até os nossos dias muitos não aceitam. Os musulmanos dizem: Deus tem 99 nomes, mas Pai, não é nome de Deus, Deus não tem Filho.
Deus não é imparcial, entra na história na vida de seu povo Israel, que é um povo pequeno e pobre em comparação com outros povos na história.
E o seu povo não reconhece Nele, o Messias esperado, o Filho de Deus.
Somente um pequeno grupo esteve com Ele e ainda sim no coração daquele pequeno grupo, devido a nossa condição humana, existia muitas dúvidas e muita incompreensão misturado com uma adesão ao seguimento, quase como nós.
Mas é na gruta que o Verbo se faz Carne, muitos não conseguiram perceber que aquele homem o Rabi Yeshuá, é o Filho de Deus "Eu sou".
Seguramente podemos aprender muito de como reconhecer o Cristo com Maria. E um modo muito belo esse pensamento eucaristico de
apresentar a Virgem Santissima como Ostensório di Cristo.
Sabemos que o Ostensório é preciozissimo, mas a toda a sua preciosidade não é em si mesmo, mas pela função que tem e pelo que porta seguramente por mais trabalhado, dourado, e com requinte que seja o Ostensório o importante é o que ele contém. O ostensório em si mesmo
pode ter um valor como arte, ou pelos metais preciosos dos quais é feito, mas para a fé é importante porque contém o Pão do céu.
O Ostensório se torna importante porque leva dentro de sí a Eucaristia.Realmente podemos olhar para a Virgem assim. Ela que recebe em si o Cristo e o apresenta ao mundo, que muitas vezes não reconhece a preciosidade do dom que recebe, o proprio Deus que vem habitar em meio a nós.
Seguindo o modelo de Maria cada um de nós é convidado a ser ostensório de Cristo e ser o instrumento que leva Jesus aos irmãos pelo nosso testemunho de vida devemos ser ostensório que guarda o Jesus eucaristico e oferece aos irmãos.







quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Irmão Sol Irmã Lua: uma reflexão



Quantos de nós tantas vezes não nos emocionamos enquanto assistiamos? Realmente apresenta uma visão muito romantica de Francisco e Clara e que por algum tempo responde as necessidades imediatas e alguns sonhos. Porém penso que esteja bem ali o problema. Começar com uma visão ingenua e sonhadora da prosposta de Francisco pode ate ser um começo, mas o problema é que diante da concreteza da vida esse ideal romantico não se sustenta.Nesse caso uma ajuda necessária é vermos as intenções do autor. Será que Franco Zefirelli quando produziu esse filme tinha como intenção apresentar a vida do homem de Assis ? Aqui nos temos que enfatizar duas coisas. Nos no ambiente post moderno somos homo videns é muito importante a imagem. Qual é a imagem de Francisco? Mesmo questionando as hagiografias antigas. Qual é o verdadeiro Francisco? o da biografia de Tomas de Celano ou da Legenda de São Boaventura, ou talvez seja de I Fioretti?
Penso que nenhum santo tenha tantas biografias modernas e seja tão conhecido em todos os ambientes e paises. Mas voltamos a pergunta qual imagem de Francisco é revelada?Tendo em consideração o império da imagem e a cultura anunciada por ele, o cinema tem muito a dizer. Os nossos jovens assimilam as informações muito mais pelo que viram do que pelo que leram.Talvez o Francisco cinematografico nos ajude qual será a verdadeira imagem ? ou atrapalhe ainda mais. O esforço de ler a cultura hodierna é absolutamente fundamental. Não podemos simplesmente como Homer Simpson nos estirar diante da televisão e engolirmos tudo sem questionar. A pastoral franciscana passa pela midia também.Nesse sentido é uma ajuda por exemplo o livro do frade capuchinho italiano Lucio Saggioro onde analisa as diversas imagens de Francisco no cinema e toda a problemática entre franciscanismo e os meios de comunicação social. Desde o Frate Sole de Ugo Falena, 1918, ainda cinema mudo, ou Francesco giubilare di Dio de Roberto Rosselini, 1950, do neorealismo do pós guerra , ou Fratello Sole Sorella Luna de Franco Zeffirelli, 1972 ou Francesco de Liliana Cavani, 1989. Citamos esse quatro para ficarmos entre os mais famosos. Nos interessa sobretudo os últimos dois: Frate Sole Sorella Luna segundo a análise feita por Fra Lucio Saggioro, Franco Zeffirelli não tem a intenção de retratar São Francisco de Assis, mas pelo contrário numa Europa em crise depois de 1968, com a queda dos valores, e o caos instaurado, onde todas as instituições tem que se refazer inclusive a própria Igreja faz os esforço de dar respostas. O diretor do filme procura oferecer uma resposta para os jovens da sua época, de crise e sem paradigmas que buscam uma resposta, e encontra em Francisco esse jovem contestador das estruturas que vive seus dramas e consegue superá-los sendo assim uma resposta.Com certeza temos valores para colocar na balança não é tudo positivo, como também nem tudo se pode jogar fora.Muitos acusam o diretor de psicologismo, pacifismo bobo, metafisico, romantico e muito doce, nele se reforça o Francisco namoradinho de Clara e o ecologista, mas não podemos negar que esse virou um clássico noto que encantou gerações coisa que até então não acontece com uma vida de santo e do ponto de vista cenografico, fotográfico, colorido é simplesmente fantastico Um espetaculo teatral o Francisco ali apresentado pode interessar a todas as pessoas. Porém, muitas coisas não ficam claras, por exemplo, não fica evidente que Cristo e amor por Cristo e de consequencia pelos pobres seja o centro da vida de Francisco. O que une Francisco e Clara é o amor comum de ambos por Jesus Cristo e por vivê-lo de forma concreta. Parece que Jesus Cristo e os pobres são apenas consequencias do processo iniciado. Um Francisco que parece desencarnado das realidades da vida, alheio a fé, não aparece Francisco como um apaixonado por Cristo.Do ponto de vista tecnico pode ser considerado uma obra prima entre os melhores senão melhor de Franco Zeffirelli, do ponto de vista franciscano e dos valores franciscanos decididamente não, falta apresentar valores fundamentais de um Francisco, apaixonado por Jesus Cristo que assume um estilo de vida novo por causa de Jesus e do seu Evangelho, que comprometido com a vida e com os irmãos que não passa despercebido os sofrimentos dos seus irmão, homem verdadeiramente católico e apostólico, filho da Igreja e obediente a Ela, homem prático e do exemplo concreto.
Frei Emerson Aparecido Rodrigues, Ofmcap.
freiemersoncapuchinho@hotmail.com
Bibliografia:
BARAGLI E., Fratello sole sorella luna, in Rivista del Cinematografo, n. 7 luglio 1972, 356-357.
MICCOLI G., Francesco d’Assisi. Realtà e memoria di un’esperienza cristiana, Torino, 1991.
SAGGIORO L. , Francesco d’Assisi nella settima arte, Treviso, 2006.