"Maria é o ostensório di Cristo." (Stefano De Fiores)
Já o Concílio Vaticano II ensina sobre a estreita relação entre o nosso Redentor e a Virgem Santíssima destacando o lugar privilegiado que Ela ocupa na obra da Salvação e a sua total adesão como pessoa livre e responsável,a colaboradora no Projeto de Deus.Ela adere ao Cristo não simplesmente pelos laços biológico,mas passa além dessa relação carnal e famíliar, e assume uma dimensão e espiritual bem mais profunda, a de seguidora fazendo-se a discipula do Filho.
Nesse sentido, Maria é modelo para os fiéis, de escuta atenta e deixar-se engravidar pela fecundidade da Palavra, de gerar vida fecunda sendo atenta a Palavra de Deus.
Entanto, e no seio da Virgem que a Palavra se fez carne. Alí é apresentada o momento decisivo na salvação do genero humano.
A Encarnação é uma realidade teológica profunda. Deus poderia se valer de vários meios para demonstrar o seu amor por nós. Porém Ele escolheu encarnar-se. E o Filho que do seio da Trindade, vem em meio a nós. Assume a condição humana em tudo menos no pecado. Essa verdade da nossa fé não é algo tão simples de entender visto que muitos durante a história tiveram trabalho a reconhecer o mistério da Encarnação, no sentido que um Deus que se faz humano para que o humano se torne divino é uma novidade
da Boa nova cristã. Deus não se coloca a parte da história humana, mas assume mesmo em meio a toda a contradição,e o condicionamento
próprio da nossa condição.
Como diz von Balthasar a teologia deve ser feita de joelhos. De joelhos diante da gruta de Nazaré elendo a frase " Verbum caro factum est hic".
Esse "aqui" o verbo se fez carne faz a diferença. E sentindo o lugar as condições e a simplicidade daquela pobre gruta. Invés de desvelar o
mistério, de tocar, de desvelar. Sentindo de perto essa realidade temos a vontade de se aprofundar cada vez mais no mistério
como explica São Gregorio de Nissa, na Vida de Moises, Deus que nos chama a sí, provoca em nós esse desejo de caminhar
com mais firmeza ao encontro dele, nesse processo continuo, em modo que quando mais se busca Deus, mas se senti a necessidade de buscá-lo.
Assim a vida de Nazaré mostra que Deus que se revelou na simplicidade daquela gruta desperta em ti o desejo de se aproximar cada vez mais Dele.
A palavra de Deus que se faz pessoa, em Jesus Cristo. Com certeza não é tão simples despertar-se, é o Espirito Santo que nos prepara a reconhecer
o Filho de Deus, mas também deve exigir de nós uma resposta para a Revelação. Deus entra na história porque quer se encontrar conosco.
Até os nossos dias muitos não aceitam. Os musulmanos dizem: Deus tem 99 nomes, mas Pai, não é nome de Deus, Deus não tem Filho.
Deus não é imparcial, entra na história na vida de seu povo Israel, que é um povo pequeno e pobre em comparação com outros povos na história.
E o seu povo não reconhece Nele, o Messias esperado, o Filho de Deus.
Somente um pequeno grupo esteve com Ele e ainda sim no coração daquele pequeno grupo, devido a nossa condição humana, existia muitas dúvidas e muita incompreensão misturado com uma adesão ao seguimento, quase como nós.
Mas é na gruta que o Verbo se faz Carne, muitos não conseguiram perceber que aquele homem o Rabi Yeshuá, é o Filho de Deus "Eu sou".
Seguramente podemos aprender muito de como reconhecer o Cristo com Maria. E um modo muito belo esse pensamento eucaristico de
apresentar a Virgem Santissima como Ostensório di Cristo.
Sabemos que o Ostensório é preciozissimo, mas a toda a sua preciosidade não é em si mesmo, mas pela função que tem e pelo que porta seguramente por mais trabalhado, dourado, e com requinte que seja o Ostensório o importante é o que ele contém. O ostensório em si mesmo
pode ter um valor como arte, ou pelos metais preciosos dos quais é feito, mas para a fé é importante porque contém o Pão do céu.
O Ostensório se torna importante porque leva dentro de sí a Eucaristia.Realmente podemos olhar para a Virgem assim. Ela que recebe em si o Cristo e o apresenta ao mundo, que muitas vezes não reconhece a preciosidade do dom que recebe, o proprio Deus que vem habitar em meio a nós.
Seguindo o modelo de Maria cada um de nós é convidado a ser ostensório de Cristo e ser o instrumento que leva Jesus aos irmãos pelo nosso testemunho de vida devemos ser ostensório que guarda o Jesus eucaristico e oferece aos irmãos.