quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Celebrar o Dom da Vida



 Quero compartilha com meus irmãos, que desde ha algum tempo estou convicto que é muito bonito quando escrevemos algumas linhas no necrológico sobre algum frade, e não menos verdadeira, porém, para mim é bem mais interessante poder dizer enquanto ainda podem me ouvir ou ler.
Hoje vou falar do Frei José Antonio Leonel Vieira, ele nasceu no dia 24/11/1918, cidade de Piraju-MG. Eu não sei muito sobre a sua infância, mas sei que com vinte anos esse jovem fez a profissão temporária, após o noviciado no dia 04/02/1938 de alguns anos depois a Profissão Perpétua, no dia 05/02/1941 optando de modo definitivo por ser capuchinho por toda a vida e mais tarde continuando a sua caminhada vocacional foi ordenado presbítero no dia 08/12/1943.
Quando conheci Frei Leonel era um menino já bem crescido, não sei falar sobre como foi quando era formando capuchinho e nem sobre os desafios da sua vida ministerial, como reelaborou a formação recebida. Mas posso falar do Frei Leonel que comecei a conhecer no ano 1999 e continuo conhecendo até hoje: no seu jeito de ser capuchinho um tanto poético e idealizador, mas ao mesmo tempo com os pés bem firmes no chão e atento a realidade. Homem de ação e ao mesmo tempo de contemplação: uma pessoa de profunda oração e intensa espiritualidade eucarística e ao mesmo tempo de intensa ação social, todos sabem das obras conduzidas por ele desde quando foi trabalhar na periferia e lá deixou marcas da sua presença. Capaz de fazer-nos maravilhar citando o “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint- Exupéry num retiro e ao mesmo tempo de ficar maravilhado com as suas posições muito modernas para nós. As suas posições teológicas são bem atualizadas, e tem opiniões de maravilhar e tudo exposto num modo argumentativo e sistematizado. Uma pessoa sincera, espontânea e franca capaz de dizer as coisas como pensa as pessoas, mas principalmente aos superiores, mesmo quando não concorda com as atitudes, ou as posições tomadas. Crítico e honesto ao mesmo tempo. Era impossível sair das suas aulas de teologia para leigos, sem se sentir questionado ou ao menos inquieto com algumas questões. Seu modo de proceder é de uma pessoa que prima por uma fé, mas uma fé pensada. Frei Leonel realmente ajudava os seus alunos a buscar a inteligência da fé. Entrando no mérito da questão a sua paixão pelas iniciativas tomadas e ensinadas pelos documentos do Concilio Vaticano II, e um dos seus autores preferidos sem dúvida é Bernard Häring (1912-1998) que penso que ele assimilou bem a obra: “Livres e fiéis em Cristo”.A celebração litúrgica vivida como sempre enfatizou nas suas homilias, e a liturgia eucarística não lida. Mas, recitava o ritual não simplesmente repetindo o que estava escrito, procurava realmente vivenciar o momento da celebração eucarística. Digamos que mesmo não se concentrava totalmente sobre a forma, mas se pode dizer que o conteúdo era esplendido. Um intelectual, mas não de escritório uma pessoa que tem um bom conhecimento e cultura, mas não se enaltece do seu conhecimento consegue conjugar esforço intelectual e sabedoria de vida..A pessoa que vive humildemente é o verdadeiro sábio. O seu entusiasmo pelo ser humano e no modo que insistentemente repete sobre a necessidade de descobrir um humanismo, o quanto é importante ser humano e compreender-se como humano e o agir do verdadeiro ser humano.




Frei Emerson Aparecido Rodrigues – Roma-Italia


Sua missão em Americanópolis foi construir um prédio para o atendimento às crianças; em Peruíbe, fundou uma casa de encontros religiosos, pedagógicos e políticos, a Colônia Veneza. Foi o fundador de Grupo de Jovens e do Centro de Juventude Santa Terezinha, em Pedreira. Presidiu o CEPE - Centro Ecumênico de Publicações e Estudos. Dedicou-se ao trabalho junto aos índios da aldeia Parelheiros e aos moradores da comunidade de periferia. Como presidente do CESCP - Centro Social Comunitário Jardim Primavera criou o grupo de alfabetização de jovens e adultos, além da creche, organizou o grupo da terceira idade, a Pastoral da Saúde e da Juventude, o Projeto Raiz e a Casa do Jovem Frei Leonel.                                                                                     No ano de 2002 Frei José Antônio Leonel Vieira, recebeu na Sala da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, o título de Cidadão Paulistano, segundo o Projeto de Decreto Legislativo 32/01 de autoria do nobre Vereador Carlos Giannazi, cidade de São Paulo/SP.        Hoje aos 94 anos, cansado devido ao peso da idade e a saúde já debilitada, Frei Leonel não perdeu o entusiasmo pela vida e alegra a fraternidade com seus esquecimento devido o “alzheimer”. Dos dias 14 – 23 do mês corrente, fez “férias” na Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, mas seu amor pela cidade de São Paulo e por ainda achar que é jovem, falou mais alto e retornou para casa. Celebrou com nossa fraternidade seu aniversário natalício no último dia 24, agradeceu e manifestou a alegria de ser frade capuchinho.                                                                              A elegância e a simpática fazem parte da vida desse nosso irmão, que Deus conceda a você Frei Leonel saúde e paz, para bem viver o dom da vida enquanto lhe for permitido. PARABÉNS!!!! Por mais uma primavera no jardim de sua vida.                                                                                                                                           
                       Frei Leandro Vaz da Costa.