domingo, 14 de abril de 2013

Sem Pai


Sem Pai ...[1]
Queridos jovens, é com o coração nas mãos que escrevo a voces para contar um pequeno pedaçinho da minha história, não porque eu seja uma pessoa importante, mas para ser um testemunho daquele em que creio.
Me consagrei ao Senhor Deus e Ele me sustenta sempre nos momentos em que sou fraco  e quero deixar tudo, são nesses momentos que vejo  Ele se empoderar da mia vida e me reforçando, me renova ara que eu seja sempre disponivel a recomeçar. Eu sou o Frei Emerson, brasileiro e tenho 31 ano, sou um frade menor capuchinho que ha alguns anos me encontro na Italia.
As dificuldades  na familia.
Eu nasci numa familia que tinha algumas dificuldades como a maior parte das familias de hoje. Quando eu tinha 9 anos, os meus se divorciaram . Meu pai foi embora e a minha mãe permaneceu cuidando da familia com muito sacrificio. Eramos minha mãe, eu e uma irmãzinha que na época tinha  3 anos e a minha avó que se chamava Josefa, que depois que viuva se sentia sozinha e cansada.
Mia mãe procurava em todos os meios nos manter, não tendo títulos academicos, mas também não queria trabalhar de empregada domestica, e a única opção era trabalhar nos campos, mesmo se nesse tipo de trabalho braçal se trabalha muito e se ganha muito pouco.  Mesmo se a minha avó que era aposentada o dinheiro era pouco. Por isso, a idade de 9 anos comecei a procurar trabalho para ajudar a minha família. Então comecei a bater em tantas portas e recebi alguns não como resposta. Quando já tinha perdido as esperanças uma senhora que queria uma menina para ajudar na cozinha e cuidar do jardim me aceitou.  Naquele emprego ganhava pouco, mas tinha o que comer.
A minha avó cuidava da casa e da minha irmã e a minha mãe trabalhava fora o dia todo. Eu trabalha de manhã e estudava a tarde, as vezes nos finais de semana permanecia na casa em que trabalhava.
O fascínio por São Francisco.
O fascinio por São Francisco me entusiasmou a deixar o meu trabalho, na época secretário de uma escola de educação especial, para entrar no convento. Por quais motivos? Pela vida fraterna, pela simplicidade dos frades e sobretudo porque queria doar a minha vida aos pobres como São Francisco. Quando conheci os frades não tive dúvidas que era alí que Deus me queria.
Durante os anos da formação a vida religiosa, procurei com sinceridade de me fazer santo, mas tenho consciencia que tinha sempre muito para aperfeiçoar: não me sentia um verdadeiro filho de São Francisco. Me culpava de rezar pouco, de não ter uma vida espiritual intensa como achava que devia, de não me doar ao estudo o suficiente, e principalmente aos pobres, sentia que faltava tanta coisa.
Mesmo a questão da minha familia não era tranquila dentro de mim era um espinho. Não dizia nada a ninguém, quando alguem perguntava do meu pai, eu saia ou mudava de assunto, ou fazia alguma piadinha. Na realidade não conseguia aceitar a dor por ter sido abandonado, sentia a falta em todos os momentos importantes da minha vida,  eu sempre tinha que me virar sozinho, porque a sua presença não tinha. Me perguntava: Porque a mim? O que eu fiz para sofrer tanto assim? Tudo isso me causava um sentido de rebelião seja na relação com as pessoas, mas também em relação a Deus. Imaginem um frade capuchinho que briga até com Deus !
Em  busca do meu pai.
Os meus superiores me pediram para vir a Roma e aceitei com entusiasmo. Procurei fazer de tudo para aprender o novo idioma e o novo trabalho: ser porteiro num imenso convento chamado Colégio Internacional, onde vivem os frades capuchinhos do mundo inteiro que estudam nas universidades pontificias.
Enquanto estava na portaria e respondia o telefone e abria o portão tinham muito tempo disponivel seja para rezar, para meditar, para fazer leituras espirituais, como também para entrar dentro de mim mesmo.  E desse modo percebi os meus sentimentos mais profundos e os pensamentos escondidos dos quais antes eu não tinha plena consciencia talvez pelas atividades pastorais e a vida agitada.
E chegou o momento que tive que enfrentar o assunto familia e comecei a rezar  para ver as coisas de uma outra maneira pedindo a Deus de chegar onde eu não podia chegar. E o Senhor respondeu não do meu jeito, mas do jeito dele. Eu orei a Deus de voltar ao Brasil  e para procurar meu pai coisa que eu já tinha feito mas sem sucesso. O Senhor na sua misericórdia atendeu as minhas orações.
Através de amigos e conhecidos seguindo os conselhos e as dicas e confiando sobretudo na força da oração e fiquei sabendo que meu pai estava vivo e que se encontrava na cidadezinha Jauru. O meu coração estava angustiado e não tinha paz. Continuei a repetir: Enquanto eu não souber verdadeiramente se é ele não deixarei ninguém em paz.
Depois de dias de telefonemas e depois de incomodar as pessoas na Prefeitura, na Igreja e na Policia, uma pessoa  se disponibilizou a me ajudar e no mesmo dia eu sabia que meu pai estava vivo e se encontrava no asilo da cidade. Quando tive a certeza comecei a não dormir a noite. A solicitude paterna do Senhor se manifestou através da ternura do Reitor do Colégio, frei Isidor Peterhans, que me ajudou a preparar-me seja humanamente que espiritualmente para esse forte momento de encontro com meu pai.
Durante as férias de Páscoa voltei ao Brasil e permaneci ali com pai durante a Semana Santa. Pra mim foi o mais bonito presente que o Senhor me deu, uma verdadeira e propria Ressurreição ! Todo o sofrimento desses anos, todas as dificuldades e as rebeliões foram curadas. Assim eu pude abraçar o meu pai que por mais de 21 anos não sabia noticias dele, nem mesmo se estava vivo.


Com o coração agradecido.
Por essa   maravilha que o Senhor fez por mim sou agradecido e sempre serei! O motivo pelo qual compartilhei esse epsodio da minha vida não é aquele de colocar em evidencia a minha pessoa, mas fiz para celebrar Deus que me chamou a segui-lo, me sinto apaixonado por Ele, porque Ele me cuida , me cura,  me consola, e ama sempre. Tudo aquilo que possa fazer por Ele não é nada  se comparado ao amor que o Senhor tem para cada um dos seus filhos. Por isso, com a minha vida e a minha vocação quer entoar um canto de louvor e de reconhecimento ao Senhor. Que o Senhor vos abençoe e vos atraia para Ele para gozar do seu amor e da sua bondade que são sem limites.

Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMcap.



[1] Esse artigo é a tradução em lingua portuguesa do texto publicado em italiano  na revista de animação juvenil e vocacional da Provincia Veneta dos Capuchinhos.  Fra Emerson Rodrigues, Senza Padre, in  Via Libera 2 (2012),p. 26-28.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Na boca das mulheres, o Evangelho faz caminho ...




Somos em 15 mulheres que se reúnem semanalmente para o estudo e reflexão da Bíblia e conversar, o qual chamamos de Circulo de Biblia do Stella Maris.  Grupo que está junto há mais de 10 anos, sob a orientação da Irmã Liz, hoje afastada. Às vezes, mais conversamos do que estudamos. Nossa reflexão passa e se fortalece na Palavra de Deus, porque tudo que tem ali tem na vida. Nessa reunião não existe o professor nem o aluno. Somos avós, mães, esposas, donas de casa, agentes de pastoral, enfim mulheres comuns, mas, diferentemente das mulheres da Bíblia, temos nome: Marta, Dita, Dirce, Madalena, Rose, Thereza, Selma, Celita, Maria do Carmo, Vera, Heloisa, Marialva, Rosangela, Amália, Neuza, Narcisa.
Engraçado como a palavra de Deus vai fazendo caminho dentro da gente e até onde ela vai nem sequer desconfiamos. Deixamos ela seguir livremente o caminho como um rio, às vezes encontrando obstáculos nas beiradas, às vezes seguindo bem depressinha, porque as águas estão límpidas, às vezes tornando-se turva porque está bem no raso, mas o mais importante é que ela não pára.
Tivemos uma experiência muito enriquecedora no nosso primeiro encontro do Circulo, com as mulheres que partilham a Palavra de Deus e, principalmente, a vida! A Palavra sem vida não é Palavra, e a vida sem a Palavra não é vida! Às vezes ponho-me a refletir de que sabemos mais umas das outras do que dos nossos parentes. E nos preocupamos umas com as outras e nos alegramos igualmente quando alguma delas depois de um bom tempo, reaparece. Coisas de Deus!
Estávamos meditando no Evangelho de Marcos,  o primeiro capítulo, nos versos de 1 a 13, que trata do Anúncio da Boa Nova de Deus. Depois de cantarmos alegremente, (e como adoramos cantar!),  pusemo-nos a meditar o texto: descobrir a palavra de Deus na vida. E como diz Carlos Mesters, “é aqui que se coloca o sal na comida”. Então, depois de ler em conjunto, paramos e meditamos um bom tempo, ruminando a palavra que acabamos de proclamar, transportando-a para nossa vida em família, na comunidade, no grupo, na pastoral, etc.
Nessa perícope a comunidade de Marcos, vai afirmar que assim como aconteceu com Jesus, onde  “a Boa Nova de Deus revelada por Jesus não caiu do céu, mas veio de longe, pelo chão da vida, através da história, e que essa Boa Nova teve um precursor, ou seja alguém que preparou a chegada de Jesus”, a nós também em pleno 2013, essa palavra nos chega através de pessoas que com sua história e através de acontecimentos, nos mostram e indicam um caminho que leva até Jesus.
Refletimos que a nossa vida não pode passar em branco, porque seremos julgadas pela quantidade de amor que tivermos dispensado aos nossos irmãos e irmãs. Por isso a Palavra tem que fazer um percurso na nossa vida para termos uma história.
Daí que quando passamos para o ítem  “despertar o ouvido para escutar”, nos deparamos com um questionamento: “Qual a missão que Jesus descobriu para si mesmo na hora do batismo e o que tudo isso ensina para nós hoje?” Vieram  respostas tão ricas, e tão bem fundamentadas, nascidas no miudinho da vida de cada uma, que ficamos muito tempo ouvindo .... ouvindo ..... Também de uma singeleza e de uma simplicidade que se tornaram palavras proféticas saindo da boca de mulheres.
Pronto! Agora “a comida ficou pronta!”.  Relembramos, que tal como Jesus foi enviado ao deserto, também nós estamos passando através da santa quaresma, por um tempo de deserto = purificação. Tempo em que há um clima todo especial, que nos envolve e nos faz avaliar a vida e a buscar a conversão diariamente, esperando que mesmo ao seu término, nosso exercício diário continue.
Indo mais prá frente, meditamos nessa perícope que o ensinamento, alicerçado na descoberta da missão na hora do batismo com Jesus inserido na comunidade, é o servo que pratica a justiça e a solidariedade e passa a propagar e executar o projeto do Reino de Deus,  E nós, igualmente,  no dia do nosso batismo, também ouvimos “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Mc 1,11).
Recebemos, nesse momento, cada uma de nós uma torrente de amor que brotaram dessas palavras e fomos inseridas numa comunidade de fé.  E a nossa missão não é diferente, não! Continuar a missão é o que se espera de cada uma! A nossa missão tem que obrigatoriamente passar pela missão de Jesus. Não existe outro caminho disponível, nem um atalho para que possamos desviar.
Com essa partilha terminamos a reunião, nos perguntando: “o que o texto nos faz dizer a Deus?”
Então, louvamos, cantamos e, principalmente, nos comprometemos com a prática do Evangelho, pedindo forças para não esmorecer na caminhada.
Rezamos o Pai Nosso, cantamos e fomos embora.
Semana que vem tem mais!!
                                                                                           
 Vera Roman Torres
Primeiro Dia da Páscoa de 2013

domingo, 31 de março de 2013

Como sentimos o início do novo Pontificado.*






Com muita alegria e entusiasmo,começo a dar minhas primeiras impressões sobre nosso novo Pontífice Francisco. Acabava de ser eleito e aparecia diante do seu povo, com humildade, discriçao e demonstrando ser apenas um servidor, um Bispo de Roma, sem despertar aquele sentimento de “Papa-idolatria” que vemos presente na atitude de muitos cristãos-católicos, que muitas vezes não tem culpa, pois tudo é parte um efeito que produzido por uma causa.


O Papa Francisco demonstrou claramente, que antes mesmo de ser o máximo dirigente da nossa Igreja, já vivia de maneira austera, fazendo sua própria comida, andando de condução pública, mesmo podendo disfrutar de todos os privilégios do seu cargo. Ele percorria a periferia de Buenos Aires e compartilhava a dor daquele povo que sofre o descaso das autoridades vivendo na mais absoluta necessidade e abandono.


Esse é o verdadeiro sinal de quem entendeu o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, Francisco intuiu o espírito das Escrituras partindo da base do amor incondicional a Cristo, do desapego material, e porque não do estatus que lhe permitia ter muitos privilégios. Ele sabe que não adianta pregar os valores divinos desde do conforto de um palácio, andando de carro do ano, coberto de ouro e de dinheiro diante de tanta dor e sofrimento, isso seria quase que uma ofensa pra essas pessoas que esperam de nós cristãos e de nossas autoridades eclesiásticas um compromisso sério e verdadeiro, sem demagogia, porque pra isso já estão os nossos políticos.


Nosso Papa está demonstrando que veio pra colocar as coisas no lugar onde sempre deveriam ter estado desde o princípio. Muitos estão escandalizados porque Ele usa um crucifixo de metal, um trono simples de madeira, não quer estar rodeado de mordomias, quer ser apenas o que ele é, e se propôs a viver desde o dia que saiu de casa pra entregar sua vida ao Senhor na vida consagrada como jesuíta.


Isso é só o começo, estamos começando a ver o que pra muitos é uma revolução e saídas constantes do protocolo, uma volta ao primeiro amor, e às nossas origens. Sim! Estamos aqui pra seguir a Cristo sem nos deixarmos escravizar por costumes inventados e rituais que não nos permitem aprofundar na essência dos valores divinos. O Papa Francisco só está sendo fiel à sua consciência como ser humano, como seguidor de Cristo e inspirado em Francisco de Assis, que foi uma das pessoas que mais levou a sério o que pedia Jesus na sua passagem pela terra e posteriormente nos evangelhos.


Se somos cristãos de verdade não nos podemos permitir o luxo de querer ser tratados como senhores e privilegiados, somos apenas servos e servas inúteis.Quando uma pessoa se deixa rodear tanta comodidade, ela acaba se esquecendo de quem realmente precisa de apoio, de carinho e solidariedade.


O Papa Francisco vem nos recordar que ser cristão,significa servir,estar atento às necessidades que nos rodeiam, estar próximo e acolher a todos e estar em contínuo diálogo com nosso Pai Celestial para fazer o melhor em cada situação.Ele não anda com rodeios, é simples e direto, com ele nos sentimos mais igreja e mais perto de Cristo. Rezemos continuamente por Ele, pois foi seu primeiro ato quando se aprensentou naquele balcão do Vaticano como nosso novo pastor. Esperemos em Deus um novo tempo, mais cheio de amor e de solidariedade com todos os nossos irmãos, com a nossa irmã natureza e tudo o que nos rodeia. Sigamos a Jesus enquanto ha tempo, sua força não nos faltará.






Missandra Viera Magalhães- Espanha.


* Esse artigo foi escrito pela minha amiga Missandra Vieira Magalhães que vive na Espanha tentando expressar um pouco do que o povo sente com a eleição do novo Papa e as suas ações.

terça-feira, 19 de março de 2013

Tema : Preconceito no Projeto incentivo a leitura no Alice Maciel.


Recordo com muito carinho a minha participação no Projeto de incentivo a leitura em Santo Anastácio no Alice Maciel,  escola que  estudei e que tneho muitas recordações.  Foi realmente um presente de Deus receber o convite da Prof. Ester Alves, uma  grande amiga para um bate papo legal com os jovens sobre o tema do preconceito. 
Várias emoções foram despertadas quando me fez  a surpresa de convidar a minha primeira Professora Dona Dolores. 
A oportunidade de poder dialogar com todos esses jovens que com certeza ali no meio tenha enfrentado os mesmo problemas que enfrentei e poder dar uma palavra contando a minha história de vida e os estudos e a experiência que estou fazendo nesses momento como frade capuchinho conhecendo várias realidades no mundo inteiro.

Frei Emerson Aparecido Rodrigues,OFMcap.

domingo, 17 de março de 2013

Francisco, o Papa que pedi a Deus.






Como estamos acostumados a dizer popularmente: " Deus é brasileiro", disso não tenho certeza, mas o Papa é argentino  e com o seu jeito simples e humano de ser está 
conquistando todos até mesmo as pessoas mais afastadas da Igreja com o seu jeito autentico, simples e humano e natural de ser e de agir, que expressa a naturalidade do continente latino-americano esse jeito próximo, irmão, acolhedor e relacional.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio, atual Papa Francisco é realmente um homem de Deus e do povo e podemos dizer que realmente foi uma obra do Espírito Santo que tenha sido eleito o Vigário de Cristo para conduzir a Igreja nesse nosso tempo em que a Igreja na sua hierarquia e expressão institucional passa por tantas crises e precisa de imediata reforma para que possa atingir a sua missão evangélica de ser a Esposa de Cristo que caminha com a humanidade.
Sendo bispo em Argentina ou o bispo de Roma tem demonstrado que não renuncia ao seu jeito  de ser. Esse homem que pelo seu testemunho tocou o Evangelho de Cristo em contato com os pobres da periferia de Buenos Aires e que insiste em continuar como deixou claro caminhando com seus irmãos e irmãs no seguimento de Cristo.
Desde o momento da sua eleição o Papa Francisco  não deixou de surpreender a todos, em cada momento a sua ação com espontanea tem quebrado o protocolo, seu jeito humano e natural de ser.
No seu primeiro encontro com a imprensa no dia de ontem 16.03.2013  deixou todos maravilhados e  boquiabertos quando declarou: " Desejo uma Igreja pobre e para os pobres"  frase essa que hoje  está em todas as redes sociais nos vários perfis de todos os católicos, mas também de tantas pessoas que não se identificam com a Igreja Católica, mas acompanham esse Papa com simpatia e respeito. A sua postura revela que continuara fazendo como bispo de Roma o seu papel de pastor que cuida dos pobres que é próximo aos irmãos e irmãs, sendo um irmão entre todos, um bispo pastor.
A sua decisão de não impor a sua benção também as "não-crentes" que estavam presentes a sua entrevista coletiva como sinal de respeito as consciencias dos presentes, e ao invés abençoando a todos com a prece feita no silêncio do seu coração, foi com absoluta certeza um silêncio gritante que anuncia uma mensagem de uma pessoa que tem  reconhecimento da alteridade e respeita  as diferenças tendo a capacidade de dialogar com o outro, com o diferente vencendo a tentação que temos de assimilar o outro fazendo parte  de sí mesmo como uma coisa única, postura não respeitosa em relação a diversidade.
Sem conta o gesto de acariciar o cão-guia  de um deficiente visual que estava presente, gesto esse que foi aplaudido por todos e do mesmo modo apreciado.
Outra reflexão que faz toda a diferença é sublinhar que o Vigário de Cristo é importante  e deve existir, mas  a centralidade é de Cristo, o importante é Cristo, Ele é o centro e não Pedro.
Hoje dia 17.03.2013 na missa em Santa Ana na cidade do Vaticano o Papa Francisco, o Bispo de Roma como Ele mesmo falou de sí cumpriu outro gesto significativo após a missa se colocou diante da porta  a saudar com um abraço, um beijo, um aperto de mão cada um dos presentes e sempre se recomendando as orações . Todos eram contentes com esse gesto, talvez quem se sentiu em dificuldade foram os seguranças.
Na oração do Angelus hoje dia 17.03.2013 ao meio dia  a mensagem central era sobre a misericórdia de Deus, que perdoa sempre e está sempre disposto a perdoar não se cansando nunca e recordava o Papa, que muitas vezes somos nós que nos cansamos de pedir o perdão de Deus e a sua misericórdia. O belo é que Francisco não se limitou a falar teoricamente da misericórdia e ilustrou o exemplo falando da experiencia concreta de seu diálogo com  uma vovozinha, em Buenos Aires,  que  falava que Deus perdoa sempre e  se assim não fosse o mundo não existiria mais, e afirmava isso,  com uma segurança e uma firmeza assustadora que Ele perguntou se Ela tinha estudado na Universidade Gregoriana aqui em Roma. Conclui dizendo que temos que aprender com Maria, porque Ela segurou nos braços a misericórdia de Deus feita homem.
Esse Papa tem um carisma próprio e um jeito realmente de pastor, um bispo pastor. É simples e parte de exemplos simples e claros e se propõe a caminhar com o povo santo de Deus que é a  Igreja para que ela seja edificada em modo de ser pobre e para os pobres é um sacramento que resplende como sinal da atualidade da mensagem evangélica em nosso tempo.  Como nos pediu o Papa rezemos por Ele para que seja forte  e possa cumprir a missão a qual é chamado  de uma Igreja pobre e para os pobres onde Cristo seja o centro irradiador.

Roma, 17 de março de 2013.

Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMcap.


O Papa Francisco é uma nova esperança para a Igreja

http://radiofmboituva.blogspot.it/2013/03/o-papa-francisco-e-uma-nova-esperanca.htmlhttp://radiofmboituva.blogspot.it/2013/03/o-papa-francisco-e-uma-nova-esperanca.html

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Celebrar o Dom da Vida



 Quero compartilha com meus irmãos, que desde ha algum tempo estou convicto que é muito bonito quando escrevemos algumas linhas no necrológico sobre algum frade, e não menos verdadeira, porém, para mim é bem mais interessante poder dizer enquanto ainda podem me ouvir ou ler.
Hoje vou falar do Frei José Antonio Leonel Vieira, ele nasceu no dia 24/11/1918, cidade de Piraju-MG. Eu não sei muito sobre a sua infância, mas sei que com vinte anos esse jovem fez a profissão temporária, após o noviciado no dia 04/02/1938 de alguns anos depois a Profissão Perpétua, no dia 05/02/1941 optando de modo definitivo por ser capuchinho por toda a vida e mais tarde continuando a sua caminhada vocacional foi ordenado presbítero no dia 08/12/1943.
Quando conheci Frei Leonel era um menino já bem crescido, não sei falar sobre como foi quando era formando capuchinho e nem sobre os desafios da sua vida ministerial, como reelaborou a formação recebida. Mas posso falar do Frei Leonel que comecei a conhecer no ano 1999 e continuo conhecendo até hoje: no seu jeito de ser capuchinho um tanto poético e idealizador, mas ao mesmo tempo com os pés bem firmes no chão e atento a realidade. Homem de ação e ao mesmo tempo de contemplação: uma pessoa de profunda oração e intensa espiritualidade eucarística e ao mesmo tempo de intensa ação social, todos sabem das obras conduzidas por ele desde quando foi trabalhar na periferia e lá deixou marcas da sua presença. Capaz de fazer-nos maravilhar citando o “Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint- Exupéry num retiro e ao mesmo tempo de ficar maravilhado com as suas posições muito modernas para nós. As suas posições teológicas são bem atualizadas, e tem opiniões de maravilhar e tudo exposto num modo argumentativo e sistematizado. Uma pessoa sincera, espontânea e franca capaz de dizer as coisas como pensa as pessoas, mas principalmente aos superiores, mesmo quando não concorda com as atitudes, ou as posições tomadas. Crítico e honesto ao mesmo tempo. Era impossível sair das suas aulas de teologia para leigos, sem se sentir questionado ou ao menos inquieto com algumas questões. Seu modo de proceder é de uma pessoa que prima por uma fé, mas uma fé pensada. Frei Leonel realmente ajudava os seus alunos a buscar a inteligência da fé. Entrando no mérito da questão a sua paixão pelas iniciativas tomadas e ensinadas pelos documentos do Concilio Vaticano II, e um dos seus autores preferidos sem dúvida é Bernard Häring (1912-1998) que penso que ele assimilou bem a obra: “Livres e fiéis em Cristo”.A celebração litúrgica vivida como sempre enfatizou nas suas homilias, e a liturgia eucarística não lida. Mas, recitava o ritual não simplesmente repetindo o que estava escrito, procurava realmente vivenciar o momento da celebração eucarística. Digamos que mesmo não se concentrava totalmente sobre a forma, mas se pode dizer que o conteúdo era esplendido. Um intelectual, mas não de escritório uma pessoa que tem um bom conhecimento e cultura, mas não se enaltece do seu conhecimento consegue conjugar esforço intelectual e sabedoria de vida..A pessoa que vive humildemente é o verdadeiro sábio. O seu entusiasmo pelo ser humano e no modo que insistentemente repete sobre a necessidade de descobrir um humanismo, o quanto é importante ser humano e compreender-se como humano e o agir do verdadeiro ser humano.




Frei Emerson Aparecido Rodrigues – Roma-Italia


Sua missão em Americanópolis foi construir um prédio para o atendimento às crianças; em Peruíbe, fundou uma casa de encontros religiosos, pedagógicos e políticos, a Colônia Veneza. Foi o fundador de Grupo de Jovens e do Centro de Juventude Santa Terezinha, em Pedreira. Presidiu o CEPE - Centro Ecumênico de Publicações e Estudos. Dedicou-se ao trabalho junto aos índios da aldeia Parelheiros e aos moradores da comunidade de periferia. Como presidente do CESCP - Centro Social Comunitário Jardim Primavera criou o grupo de alfabetização de jovens e adultos, além da creche, organizou o grupo da terceira idade, a Pastoral da Saúde e da Juventude, o Projeto Raiz e a Casa do Jovem Frei Leonel.                                                                                     No ano de 2002 Frei José Antônio Leonel Vieira, recebeu na Sala da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, o título de Cidadão Paulistano, segundo o Projeto de Decreto Legislativo 32/01 de autoria do nobre Vereador Carlos Giannazi, cidade de São Paulo/SP.        Hoje aos 94 anos, cansado devido ao peso da idade e a saúde já debilitada, Frei Leonel não perdeu o entusiasmo pela vida e alegra a fraternidade com seus esquecimento devido o “alzheimer”. Dos dias 14 – 23 do mês corrente, fez “férias” na Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, mas seu amor pela cidade de São Paulo e por ainda achar que é jovem, falou mais alto e retornou para casa. Celebrou com nossa fraternidade seu aniversário natalício no último dia 24, agradeceu e manifestou a alegria de ser frade capuchinho.                                                                              A elegância e a simpática fazem parte da vida desse nosso irmão, que Deus conceda a você Frei Leonel saúde e paz, para bem viver o dom da vida enquanto lhe for permitido. PARABÉNS!!!! Por mais uma primavera no jardim de sua vida.                                                                                                                                           
                       Frei Leandro Vaz da Costa.