sexta-feira, 5 de abril de 2013

Na boca das mulheres, o Evangelho faz caminho ...




Somos em 15 mulheres que se reúnem semanalmente para o estudo e reflexão da Bíblia e conversar, o qual chamamos de Circulo de Biblia do Stella Maris.  Grupo que está junto há mais de 10 anos, sob a orientação da Irmã Liz, hoje afastada. Às vezes, mais conversamos do que estudamos. Nossa reflexão passa e se fortalece na Palavra de Deus, porque tudo que tem ali tem na vida. Nessa reunião não existe o professor nem o aluno. Somos avós, mães, esposas, donas de casa, agentes de pastoral, enfim mulheres comuns, mas, diferentemente das mulheres da Bíblia, temos nome: Marta, Dita, Dirce, Madalena, Rose, Thereza, Selma, Celita, Maria do Carmo, Vera, Heloisa, Marialva, Rosangela, Amália, Neuza, Narcisa.
Engraçado como a palavra de Deus vai fazendo caminho dentro da gente e até onde ela vai nem sequer desconfiamos. Deixamos ela seguir livremente o caminho como um rio, às vezes encontrando obstáculos nas beiradas, às vezes seguindo bem depressinha, porque as águas estão límpidas, às vezes tornando-se turva porque está bem no raso, mas o mais importante é que ela não pára.
Tivemos uma experiência muito enriquecedora no nosso primeiro encontro do Circulo, com as mulheres que partilham a Palavra de Deus e, principalmente, a vida! A Palavra sem vida não é Palavra, e a vida sem a Palavra não é vida! Às vezes ponho-me a refletir de que sabemos mais umas das outras do que dos nossos parentes. E nos preocupamos umas com as outras e nos alegramos igualmente quando alguma delas depois de um bom tempo, reaparece. Coisas de Deus!
Estávamos meditando no Evangelho de Marcos,  o primeiro capítulo, nos versos de 1 a 13, que trata do Anúncio da Boa Nova de Deus. Depois de cantarmos alegremente, (e como adoramos cantar!),  pusemo-nos a meditar o texto: descobrir a palavra de Deus na vida. E como diz Carlos Mesters, “é aqui que se coloca o sal na comida”. Então, depois de ler em conjunto, paramos e meditamos um bom tempo, ruminando a palavra que acabamos de proclamar, transportando-a para nossa vida em família, na comunidade, no grupo, na pastoral, etc.
Nessa perícope a comunidade de Marcos, vai afirmar que assim como aconteceu com Jesus, onde  “a Boa Nova de Deus revelada por Jesus não caiu do céu, mas veio de longe, pelo chão da vida, através da história, e que essa Boa Nova teve um precursor, ou seja alguém que preparou a chegada de Jesus”, a nós também em pleno 2013, essa palavra nos chega através de pessoas que com sua história e através de acontecimentos, nos mostram e indicam um caminho que leva até Jesus.
Refletimos que a nossa vida não pode passar em branco, porque seremos julgadas pela quantidade de amor que tivermos dispensado aos nossos irmãos e irmãs. Por isso a Palavra tem que fazer um percurso na nossa vida para termos uma história.
Daí que quando passamos para o ítem  “despertar o ouvido para escutar”, nos deparamos com um questionamento: “Qual a missão que Jesus descobriu para si mesmo na hora do batismo e o que tudo isso ensina para nós hoje?” Vieram  respostas tão ricas, e tão bem fundamentadas, nascidas no miudinho da vida de cada uma, que ficamos muito tempo ouvindo .... ouvindo ..... Também de uma singeleza e de uma simplicidade que se tornaram palavras proféticas saindo da boca de mulheres.
Pronto! Agora “a comida ficou pronta!”.  Relembramos, que tal como Jesus foi enviado ao deserto, também nós estamos passando através da santa quaresma, por um tempo de deserto = purificação. Tempo em que há um clima todo especial, que nos envolve e nos faz avaliar a vida e a buscar a conversão diariamente, esperando que mesmo ao seu término, nosso exercício diário continue.
Indo mais prá frente, meditamos nessa perícope que o ensinamento, alicerçado na descoberta da missão na hora do batismo com Jesus inserido na comunidade, é o servo que pratica a justiça e a solidariedade e passa a propagar e executar o projeto do Reino de Deus,  E nós, igualmente,  no dia do nosso batismo, também ouvimos “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Mc 1,11).
Recebemos, nesse momento, cada uma de nós uma torrente de amor que brotaram dessas palavras e fomos inseridas numa comunidade de fé.  E a nossa missão não é diferente, não! Continuar a missão é o que se espera de cada uma! A nossa missão tem que obrigatoriamente passar pela missão de Jesus. Não existe outro caminho disponível, nem um atalho para que possamos desviar.
Com essa partilha terminamos a reunião, nos perguntando: “o que o texto nos faz dizer a Deus?”
Então, louvamos, cantamos e, principalmente, nos comprometemos com a prática do Evangelho, pedindo forças para não esmorecer na caminhada.
Rezamos o Pai Nosso, cantamos e fomos embora.
Semana que vem tem mais!!
                                                                                           
 Vera Roman Torres
Primeiro Dia da Páscoa de 2013

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