Somos em 15 mulheres que se reúnem
semanalmente para o estudo e reflexão da Bíblia e conversar, o qual chamamos de
Circulo de Biblia do Stella Maris. Grupo
que está junto há mais de 10 anos, sob a orientação da Irmã Liz, hoje afastada.
Às vezes, mais conversamos do que estudamos. Nossa reflexão passa e se
fortalece na Palavra de Deus, porque tudo que tem ali tem na vida. Nessa reunião
não existe o professor nem o aluno. Somos avós, mães, esposas, donas de casa,
agentes de pastoral, enfim mulheres comuns, mas, diferentemente das mulheres da
Bíblia, temos nome: Marta, Dita, Dirce, Madalena, Rose, Thereza, Selma, Celita,
Maria do Carmo, Vera, Heloisa, Marialva, Rosangela, Amália, Neuza, Narcisa.
Engraçado como a palavra de Deus vai
fazendo caminho dentro da gente e até onde ela vai nem sequer desconfiamos.
Deixamos ela seguir livremente o caminho como um rio, às vezes encontrando
obstáculos nas beiradas, às vezes seguindo bem depressinha, porque as águas estão
límpidas, às vezes tornando-se turva porque está bem no raso, mas o mais
importante é que ela não pára.
Tivemos uma experiência muito
enriquecedora no nosso primeiro encontro do Circulo, com as mulheres que
partilham a Palavra de Deus e, principalmente, a vida! A Palavra sem vida não é
Palavra, e a vida sem a Palavra não é vida! Às vezes ponho-me a refletir de que
sabemos mais umas das outras do que dos nossos parentes. E nos preocupamos umas
com as outras e nos alegramos igualmente quando alguma delas depois de um bom
tempo, reaparece. Coisas de Deus!
Estávamos meditando no Evangelho de
Marcos, o primeiro capítulo, nos versos
de 1 a 13, que trata do Anúncio da Boa Nova de Deus. Depois de cantarmos
alegremente, (e como adoramos cantar!),
pusemo-nos a meditar o texto: descobrir a palavra de Deus na vida. E
como diz Carlos Mesters, “é aqui que se coloca o sal na comida”. Então, depois
de ler em conjunto, paramos e meditamos um bom tempo, ruminando a palavra que
acabamos de proclamar, transportando-a para nossa vida em família, na
comunidade, no grupo, na pastoral, etc.
Nessa perícope a comunidade de Marcos, vai
afirmar que assim como aconteceu com Jesus, onde “a Boa Nova de Deus revelada por Jesus não
caiu do céu, mas veio de longe, pelo chão da vida, através da história, e que
essa Boa Nova teve um precursor, ou seja alguém que preparou a chegada de Jesus”,
a nós também em pleno 2013, essa palavra nos chega através de pessoas que com
sua história e através de acontecimentos, nos mostram e indicam um caminho que
leva até Jesus.
Refletimos que a nossa vida não pode
passar em branco, porque seremos julgadas pela quantidade de amor que tivermos
dispensado aos nossos irmãos e irmãs. Por isso a Palavra tem que fazer um
percurso na nossa vida para termos uma história.
Daí que quando passamos para o ítem “despertar o ouvido para escutar”, nos
deparamos com um questionamento: “Qual a missão que Jesus descobriu para si
mesmo na hora do batismo e o que tudo isso ensina para nós hoje?” Vieram respostas tão ricas, e tão bem fundamentadas,
nascidas no miudinho da vida de cada uma, que ficamos muito tempo ouvindo ....
ouvindo ..... Também de uma singeleza e de uma simplicidade que se tornaram palavras
proféticas saindo da boca de mulheres.
Pronto! Agora “a comida ficou
pronta!”. Relembramos, que tal como
Jesus foi enviado ao deserto, também nós estamos passando através da santa
quaresma, por um tempo de deserto = purificação. Tempo em que há um clima todo
especial, que nos envolve e nos faz avaliar a vida e a buscar a conversão
diariamente, esperando que mesmo ao seu término, nosso exercício diário
continue.
Indo mais prá frente, meditamos nessa
perícope que o ensinamento, alicerçado na descoberta da missão na hora do
batismo com Jesus inserido na comunidade, é o servo que pratica a justiça e a
solidariedade e passa a propagar e executar o projeto do Reino de Deus, E nós, igualmente, no dia do nosso batismo, também ouvimos “Tu
és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Mc 1,11).
Recebemos, nesse momento, cada uma de nós
uma torrente de amor que brotaram dessas palavras e fomos inseridas numa
comunidade de fé. E a nossa missão não é
diferente, não! Continuar a missão é o que se espera de cada uma! A nossa
missão tem que obrigatoriamente passar pela missão de Jesus. Não existe outro
caminho disponível, nem um atalho para que possamos desviar.
Com essa partilha terminamos a reunião,
nos perguntando: “o que o texto nos faz dizer a Deus?”
Então, louvamos, cantamos e,
principalmente, nos comprometemos com a prática do Evangelho, pedindo forças
para não esmorecer na caminhada.
Rezamos o Pai Nosso, cantamos e fomos
embora.
Semana que vem tem
mais!!
Vera Roman Torres
Primeiro Dia da Páscoa de 2013
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