sábado, 5 de fevereiro de 2011

Em Assis, meca do cristianismo



Por Sinomar Calmona Especial da Italia Devoto e admirador da história de vida de São Francisco de Assis, emocionei-me ao percorrer as mesmas vielas estreitas e tortuosas por onde o santo passou no século XII, na cidadela de Assis, a 27 km de Perugia, principal cidade da Umbria, a 203 km de Roma. Um dos lugares mais importantes do cristianismo, visitado por peregrinos de todo o mundo, Assis é cercada de uma atmosfera de mística de paz, lembranças franciscanas e numerosas obras de arte. Nem parece que passou pelo grave terremoto de setembro de 1997. Boa parte resistiu milagrosamente aos danos, e o restante foi muito bem restaurado após dois anos de obras. Chego à Basílica de São Francisco de Assis por volta das 11h30, cheia de turistas ruidosos. Passo pelo Museu das Relíquias de São Francisco onde todos admiram a rusticidade e humildade da túnica de Francisco, confeccionada com retalhos e os seus chinelos com os quais correu a Europa e o Norte de África. Imagino o seu sacrifício e espírito de entrega, comparando com os peregrinos de hoje, apetrechados com equipamento de alta tecnologia, vestuário e calçado resistente à chuva e neve, bússolas, telefones móveis, GPS, mochilas e demais equipamentos. Rumo à cripta onde está enterrado o santo, no subterrâneo da basílica, bem próximo, ouço um frade falar em português. Reconheci na fila um jovem de Santo Anastácio, Frei Emerson Aparecido Rodrigues. Membro da Ordem dos Frades Menores Capuchinos, estava acompanhado do colega Frei José Clementino da Silva, natural da cidade paulista de Assis. Frei Emerson disse que “visitar Assis é sempre emocionante”. “Estamos aqui para orar por um mundo melhor e por uma consciência coletiva positiva que traga a Paz e a Harmonia ao mundo”, comentou Frei Emerson que acompanhou o nosso grupo na visita a vários lugares de Assis, e foi contando sua história. Lembrou que se sentiu tocado durante as novenas de Natal, aos 14 anos, em Santo Anastácio. No mês vocacional foi para o Seminário Diocesano de Prudente e lá encontrou a irmã franciscana Dirce, e o caminho para chegar à Ordem dos Capuchinos. Já trabalhou três anos numa favela em Santo André, um ano com moradores de rua em São Paulo e está em Roma há um ano, onde atua na recepção do Colegio San Lorenzo de Brindisi e faz licenciamento em Espiritualidade Franciscana. Sente saudades da mãe d. Rita, que mora em Santo Anastácio, e da irmã Edna Aparecida Rodrigues, que trabalha no Hospital Regional de Prudente. Espera revê-las no próximo ano, contou ao se despedir.