A mulher sobre a qual procuramos conhecer não pertenceu a elite intelectual, muito menos um grupo de ativistas, não foi uma freira missionária em outro país, não realizou grandes feitos e coisas extraordinárias. Ela foi simplesmente uma pessoa que realizou o que achava que era possível e estava ao seu alcance, para ama a Deus, e para fazer o bem ao próximo. No relativo aos estudos não foi uma grande maestra da academia porque tinha somente a escola primária, mas certamente foi uma pessoa plena de sabedoria adquirida nas experiências da vida. Na busca de viver uma espiritualidade mais intensa se tornou terciária franciscana acompanhada pelos frades capuchinhos e assimila logo os valores dessa opção. Como terciária franciscana na escola de espiritualidade do pobrezinho de Assis aprendeu alguns valores que colocou em prática e aos quais procurou ser fiel até o fim, principalmente o amor a oração e aos pobres. Ela testemunhou que a santidade pode ser vivida por uma mulher leiga e simples que vive no mundo, mas dedicando-se ativamente a Deus e colaborando ao apostolado da Igreja. Sendo filha de uma família de camponeses teve uma vida bem sacrificada e dedicada ao trabalho, mas também levou sempre consigo a forte religiosidade aprendida na casa paterna. Viveu o drama da Primeira Guerra Mundial, e no fim da mesma se casou em 1919, porém os filhos não vieram ainda que ela rezasse e pedisse a Deus. Com a crise economica de 1929 perdeu o emprego e assim uso o maior tempo livre para se dedicar a oração, a caridade e a adoração ao Santissimo, participa de várias missas durante o dia. A sua maternidade se tornou fecunda em outro modo, nos seus filhos espirituais, de quem ela cuidou com afeto e paciência, os vários meninos que ajudou a fazer a primeira comunhão, fato pelo qual mereceu ser chamada de Mamma Carolina. Um dia quando passava por um bairro pobre de Firenze se deparou com muitos meninos que jogavam na praça, e percebeu que a muitos, se não a maioria deles, seja pela pobreza que pelo descuido da parte da família na educação religiosa não tinham feito a primeira comunhão. Carolina entra em contato com as famílias desses meninos e cuidando para que eles façam a primeira comunhão começa a prepará-los seja espiritualmente, mas providenciando tudo o que é necessário para a cerimonia inclusive a festinha e desse modo no dia 06 de janeiro de 1936 recebe a primeira comunhão o primeiro grupo de meninos que ela confiou ao cuidado dos frades capuchinhos e nascia assim a Obra da Primeira Comunhão, que em 30 anos possibilitou que cerca 20.000 meninos em diversas regiões da Itália fizessem a primeira comunhão. Nos anos 60 a obra vai aos poucos terminando, mas Carolina estava já com 70 anos, mas não cansada para fazer o bem e começa a bater na porta dos mosteiros de clausura para pedir orações contra os males da sua época que ameaçavam a fé. Desse relacionamento com as monjas claustrais, Carolina começa a ajudá-las, com tecidos, dinheiro e o material para o trabalho e ainda as consolava e sustentava espiritualmente. As monjas ficam contentes com a presença entre elas dessa mulher simples que as apóia e nasce assim a Obra de Assistencia aos Mosteiros de Clausura. Carolina trabalha ativamente até que depois de um acidente estradal enquanto recolhia ofertas para as suas monjas a leva a morte aos 91 anos. Morre no dia 27 de dezembro de 1986. O processo para a beatificação foi aberto no da 18 de outubro de 2001. Se pode perceber que Deus continua agindo na história através de pessoas simples e humilde, com o testemunho de Carolina nos aprendemos que não precisamos fazer coisas extraordinárias, mas colocando amor no que fazemos com simplicidade será agradável aos olhos de Deus. Essa é uma lição que podemos aprender com o testemunho de vida dessa mulher simples dos povo, irmã franciscana que trasmite a vida e o carisma de franciscano ainda hoje vivo e frutuoso na história.
Frei Emerson Aparecido Rodrigues, OFMcap. Bibliografia
LIVI S., Il Vangelo della carità di una laica francescana frutto del primato della preghiera, in Vita Francescana, 2002. BORELLI, A., Serva di Dio Mamma Carolina, Carolina Bellandi Paladini, Terziaria Francescana in www.santiebeati.it.