sábado, 22 de maio de 2010

Frei Leopoldo de Alpandeire, frade esmoleiro : um modelo de santidade capuchinha.



“Estando como Dios quiere estoy contento” (Fray Leopoldo.)

O venerável Frei Leopoldo é um dos modelos da santidade capuchinha marcada por santos simples e do povo, nas fileiras de nossa Ordem, vemos santos que foram testemunhos extraórdinários vivendo com dedicação e devoção as tarefas ordinárias. Contamos vários frades leigos, porteiros, cozinheiros, esmoleres. O personagem que procuramos conhecer não alcançou a santidade, que agora vem reconhecida pela Igreja, como missionário num outro pais, nem fazendo pregações nos púlpitos, muito menos porque era douto. Mas porque foi um testemunho no seu relacionamento com as pessoas e principalmente as mais necessitadas. O veneravel se insere na escola capuchina da simplicidade. Aqueles que aparentemente não são importantes é que Deus se serve para realizar a sua obra.
O escondimento de Nazaré, no silêncio, no trabalho continuo e na oração. Nesse contexto se situa essa escola de santidade capuchinha, na nadificação, se podemos dizer assim, no aparencia frágil daquelas que não são nada perante a sociedade Deus superabunda os frutos da santidade. Entre os capuchinhos temos os exemplos de outros como São Felix de Cantalico, São Serafim de Montegranaro, São Crispim de Viterbo, São Conrado de Parzhan, São Francisco de Camporosso, São Bernardo de Corleone e Beato Nicolau de Gesturi, esses sabiam viver entre os últimos, ao lado das pessoas sem importancia, os últimos como nos fala o Evangelho.
A beatificação do Servo de Deus Frei Leopoldo de Alpandeire está prevista para o próximo 12 de setembro de 2010 em Granada. Procuramos conhecer um pouco mais da sua vida e testemunho de vida capuchinha exemplar. Nasceu na cidade de Alpandeire(Malaga), Espanha, com o nome de Francesco Tommaso Marquez y Sánchez (fray Leopoldo da Alpandeire), no dia 24 de junho de 1864, seus pais eram Diego Marquéz e da Jeronima Sánchez, dois humildes e piedosos camponeses.
Desde a infancia ajudou os seus pais nos afazeres agricolas em no cuidado do pequeno rebanho, quando estava um pouco mais crescido começou a trabalhar nas poucas posses de terra da familia .
Um dia ouvindo a pregacão sobre o Beato Diego Cadiz, resolveu tornar-se capuchinho. No dia 16 de novembro de 1899 vestiu o hábito capuchinho no convento de Sevilha. Passou seus primeiros anos de vida religiosa nos conventos de Sevilha, Granada, Antequera, fazendo os trabalhos mais dificeis e humildes.
No ano de 1914 foi destinado ao convento de Granada como esmoler, e ali ficou por toda a sua vida. Com a sacola para pedir esmolas sempre as costas, descalzo e sempre a pé, passou mais de cinquenta anos de porta em porta na cidade de Granada e nas cidades vizinhas pedindo humildemente esmola para os confrades e para os pobres.
Enfrentou a dificuldade da Espanha dos anos 30 algumas vezes foi perseguido e insultado pelas ruas e algumas vezes quase lapidado.
No seu interminável caminho se alternava entre ensinar o catecismo e a chamar os peacadores a conversão, repreendia energicamente os blasfemadores. Era acolhido nas casas com veneração e respeito, pela devoção muitas vezes cortavam pedacinhos do hábito e do cingolo. Muitas era chamado nas casas dos doentes, onde recitando “tres ave marias” , operava até curas prodigiosas. Indo à mendicância quebrou o fêmur e teve de ser interrompido por três anos num convento, orando constantemente e suportando pacientemente as outras doenças.
Morreu no mosteiro de Santo Granada 9 de fevereiro de 1956. Seu corpo repousa na cripta do convento de Granada, um lugar de peregrinação constante, especialmente em 9 de cada mês.
O processo de beatificação começou em 1961 e terminou em 1976. Em 1982 foi-lhe dada autorização da S. Congregação para as Causas dos Santos, para a introdução do processo.
Nos anos 1983-1984 foi ensinado o processo apostólico sobre as virtudes heróicas. Positio super virtutibus foi entregue 09 de março de 1994.




Bibliografia

D’ALATRI M., Fray Leopoldo de Alpandeire o “El testimonio de un pobre evangelico”

PERALBO A., “El sencillo testimonio franciscano del lismonero capuchino muerto en Granada, en 1956”, in L’Osservatore Romano, 17-18 febrero 2003.

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