domingo, 2 de dezembro de 2007

As flores no espaço liturgico





[1].

As flores são um sinal de homenagem e de festa que tornam visiveis as intenções de quem as doa. As flores transformam o ambiente em acolhedor porque revestem visivelmente de sentimentos aquele que abriu as portas da sua própria casa.

Somente com essas brevissimas considerações para compreender como uma Igreja sem flores corre o risco de matar sua linguagem simbólica de lugar privilegiado de onde Deus habitualmente se encontra com seu povo, onde Cristo-Esposo encontra a sua Igreja-Esposa.

Se as nossas igrejas são especialmente enfeitadas com flores quando um homem e uma mulher celebram o seu matrimonio, talvez as núpcias entre Deus e o seu povo, e em algumas solenidades maiores, especialmente na Eucaristia dominical não merecem um significado especial ou enfeite floral ?

Dando pleno significado ao gesto que pertence a cada cultura, debaixo do céu, também os cristãos, desde o início usaram a linguagem das flores para exprimir e alimentar a sua fé, e o seu amor por Deus. São Jeronimo (+429) faz louvores a Nepuciano, sobrinho de Constantino, por que “enfeitava as basílicas e as tombas dos mártires com flores, ramos de árvores e galhos de videira” ( Carta 60, n.12).

Na Biblia as flores são apresentadas como refelxo da beleza de Deus e da criatura humana que do Espirito de Deus se deixa plasmar. “Ouvi-me, rebentos divinos, desabrochai como uma roseira plantada à beira das águas; como o Líbano, espargi suave aroma, dai flores como o lírio, exalai perfume e estendei graciosa folhagem. Cantai cânticos e bendizei o Senhor nas suas obras.[2]

Tertuliano (+ 245) defini os batizados “ fioritura di Cristo”. O termo de origem grega neofito para indicar quem foi batizado recentemente significa “ novo germen ”. As flores na Igreja, portanto, não são, e não devem ser um simples enfeites. Essas são chamadas a exprimir as razões profundas da nossa presença e também os nosso sentimentos no mesmo instante a nossa ausencia como quando enviamos flores aos que amamos e que não podemos estar juntos fisicamente.

As flores na Igreja podem ser um ato de fé ou podem ser algo fora de lugar. Por essa razão as flores na Igreja não devem ser colocadas como um amontoado, ou em base a critérios estéticos simplesmente, mas para evidenciar os lugares litúrgicos onde Cristo está presente e operante, e vem ao encontro da Igreja: o altar, o ambão, a cruz, o tabernáculo, a fonte batismal, a imagem de Maria, do santo padroeiro ou que se faz memória e no tempo pascal o Círio. A quantidade a presença ou ausencia das flores devem assinalar a importancia da festa e as caracteristicas do tempo litúrgico. Em fim , uma recomendação do Missal que não è superflua : “A ornamentação com flores deve ser sempre sóbria e, em vez de as pôr sobre a mesa do altar, disponham-se junto dele ”[3]



[1] Titulo original : I fiori nello spazio liturgico di don Silvano Sirboni, in revista Madonna dei poveri, Anno LX- N) outubro 2007, e tradução por Frei Emerson Aparecido Rodrigues, Ofmcap.

[2] Na versao italiana Siracida 39, 19, na tradução portuguesa da Ave Maria, Eclesiastico 39, 17-19.

[3] missal Romano, n. 305

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